Com o crítico de cinema Adolfo Gomes
SALVADOR (BA)
Data: 12 de maio
Horário: 15h
Local: Instituto Cervantes Salvador
Endereço: Avenida Sete de Setembro, 2792 - Ladeira da Barra.
Entrada livre
Francis Ford Coppola, Steven Spielberg, George Lucas e
Martin Scorsese são alguns dos cineastas que surgiram na década de 1970 para
renovar a indústria cinematográfica norte-americana da época. O movimento que
se tornou conhecido como “A Nova Hollywood” é tema da palestra que o crítico de cinema e
cineclubista Adolfo Gomes ministra, no dia 12 de maio, às 15h, no Instituto
Cervantes Salvador.
A atividade é gratuita e faz parte da Semana do Cinema
Europeu, que também inclui uma mostra de filmes de 14 países do Velho
Continente, em cartaz de 10 a 17 de maio, na Sala
Walter da Silveira (subsolo da Biblioteca Pública dos Barris). Mas o que tem a
ver Hollywood com o cinema produzido na Europa? Para Adolfo Gomes, tudo.
O crítico considera a influência dos conceitos de “filme de
autor”, consolidados na França, Alemanha, Inglaterra e Espanha, como
fundamental para a criação do estatuto artístico, que abriu caminho para uma
nova geração de realizadores revolucionar, por um breve espaço de tempo, o modo
de produção dos grandes estúdios hollywoodianos. “A Nouvelle Vague francesa, o
então ‘Cinema Novo Alemão’ e o Free Cinema Inglês, entre outros movimentos
surgidos na Europa, ajudaram a moldar uma nova sensibilidade sobre o homem
moderno, muito marcada pela experiência traumática dos dois conflitos em escala
mundial; a primeira e a segunda Guerras”, contextualiza Gomes.
Já no título da palestra, “O Homem Ferido”, o crítico faz
questão de mencionar essa fratura na maneira de encarar a vida e a sociedade no
Pós-Guerra. “É claro que há um componente econômico - a crise da indústria
decorrente da redução do público nos EUA . Mas esse afastamento se dá
exatamente em razão do descompasso entre o que era retratado nas grandes
produções hollywoodianas e o que acontecia nas ruas, nas relações políticas e
afetivas, naquele momento particularmente de contestação, luta pelos direitos
civis e da contracultura. Neste sentido, o frescor dos filmes europeus criava
uma pressão enorme nas oligarquias tradicionais do cinema americano”, explica
Gomes.
Metodologia
A partir de sequências-chave de filmes representativos do
período, sobretudo europeus, Adolfo Gomes antecipa que a palestra pretende
compor um painel da “Nova Hollywood” com foco, especial, nas trajetórias de
Arthur Penn, diretor de “Bonnie e Clyde
– uma rajada de Balas” (o marco inicial e bem-sucedido do movimento norte-americano);
Peter Bogdanovich, o cineasta/crítico/historiador que em plena efervescência
dos anos 1970 decretaria a "morte do cinema" ("A última sessão
de cinema", é o seu filme mais célebre); além de Michael Cimino, o modelo
do "autor" cinematográfico imolado pela indústria, após o fracasso de
"O Portal do Paraíso", historicamente associado ao fim daquela breve
revolução.