“Demência 13”, realizado pelo consagrado
cineasta norte-americano em 1963, ganha única exibição em Salvador, dia
23 de maio, na Sala Walter da Silveira
Todo mundo conhece
o cineasta norte-americano Francis Ford Coppola, seja pela clássica trilogia “O
Poderoso Chefão” ou pelo cultuado “Apocalipse Now”. Mas antes da consagração em
Hollywood, Coppola realizou uma pouco difundida obra-prima, que vale a
descoberta e revisão: “Demência 13”
(Dementia 13, EUA/ING/IRL, 1963). O filme é destaque na Sessão Cine Horror, dia
23 de maio, às 18h30, na Sala Walter da Silveira, com entrada gratuita.
Uma cena, um
filme
Conta a lenda que
o jovem Coppola, recém-saído da Universidade de Cinema de Los Angeles (UCLA),
conseguiu convencer o famoso produtor Roger Corman, especialista nos chamados
filmes B, a financiar “Demência 13”
sem mostrar sequer um roteiro completo. O realizador teria apresentado somente
uma cena, mas a sequência tinha tudo a ver com o cinema de Corman: Tarde da
noite; um homem sozinho à beira de um lago. Ele tira cinco bonecas de dentro de
uma bolsa e as amarra juntas com um barbante. Depois de tirar a roupa; mergulha
no lago, nadando cada vez mais fundo com as bonecas, que pretende deixar
submersas. Ele completa sua tarefa e está prestes a retornar à superfície
quando enxerga o corpo bem preservado de uma menina de sete anos de idade no
fundo das águas. O produtor amou a ideia. “Troque o homem por uma mulher”,
teria dito a Coppola, “e você poderá fazê-lo”.
Assim, nascia um
cult de atmosfera lúgubre e que, mesmo diante das precárias condições de
produção, continua a impressionar gerações de cinéfilos. Para Ana Lima,
professora de filosofia da UFBA e curadora da Sessão Cine Horror, o estilo
gótico do filme ressalta as nuances mais sombrias da natureza humana. “É o
fascínio que nos prende a ‘Demência 13’,
pois vemos a nossa essência ali exposta, dilacerada.”, complementa a docente.
A
despeito da presença de um assassino, munido de um machado, nas imediações do
Castelo Haloran - durante o ritual de aniversário da morte de Kathleen Haloran
- o que mais assombra no filme, como observa Ana Lima, é a disfuncional
dinâmica em família, retratada por Coppola. “O grande drama familiar parece
estar acima de qualquer martelada sangrenta. Vê-se que o tema, a celebração da
morte, não é mais que um aspecto secundário diante de toda a conjuntura
esfacelada de uma estrutura familial”, analisa a curadora da sessão.
Cine Horror
A
exibição de “Demência 13”
integra as atividades do III Cine Horror, festival de cinema fantástico com
foco na produção brasileira no gênero, que acontece em outubro, em Salvador.
Este ano, o tema do evento celebra os 200 anos de publicação do romance de Mary
Shelley, “Frankenstein”. Na ocasião, uma mostra especial vai reunir
algumas das mais célebres adaptações cinematográficas do livro.
Sobre o filme
Dementia 13 (EUA/ING/IRL,1963)
Direção: Francis Ford Coppola
Elenco: William Campbell, Luana Anders, Bart Patton, Mary Mitchell, Patrick Magee e Eithne Dunn.
Duração: 75 minutos
Classificação: 16 anos
Direção: Francis Ford Coppola
Elenco: William Campbell, Luana Anders, Bart Patton, Mary Mitchell, Patrick Magee e Eithne Dunn.
Duração: 75 minutos
Classificação: 16 anos
Sinopse - “Demência 13” conta a história de uma
maldição envolvendo uma nobre família irlandesa que vive no enorme Castelo
Haloran, uma edificação de pedra no melhor estilo gótico que foi atingida
pela tragédia da morte de Kathleen, uma criança que se afogou no lago da
residência quando brincava com seu irmão Billy. Após o acidente fatal, a
família se separou, ficando apenas a matriarca Lady Haloran vivendo no castelo
com seus criados Arthur e Lillian. Porém, a família, formada ainda pelos irmãos
John, o escultor de estátuas Richard e o jovem Billy Haloran, reúne-se
todos os anos para celebrar o memorial da morte da irmã Kathleen. Passados
alguns anos da morte da garota, quando a família se encontra novamente
para mais um memorial, um assassino começa a atuar nas imediações do castelo utilizando um
machado para dilacerar suas vítimas.
Serviço:
Dementia 13 - 23 de maio, na Sala Walter da Silveira (Rua
General Labatut, n 27 subsolo da Biblioteca Pública dos Barris - Fone:
3116-8120). Horário: 18:30h. Entrada franca.
Realização: Pig Arts e Gore Bahia. Apoio: Fundação Cultural do
Estado da Bahia (FUNCEB), através da sua Diretoria de Audiovisual (DIMAS).
Trailer:
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